21/10/2011

Cicatrizes

*



Há cicatrizes que, periodicamente, desabrocham em flores brancas.

Enganadoras na sua virgindade.

E o persistente aroma suave que delas se evola, na noite cálida, entontece a alma.

Mistificadoras, perfumam a lua que as banha de fantasia.

A aurora encontra-as já esmaecidas, recolhidas nas cicatrizes que as devoram.

Acabou-se o encantamento da ilusão.

E o coração retoma a sua dor de sangue.

*


fotos e texto de fernanda s.m.

3 comentários:

zef disse...

Boa noite, Fernanda.
fui lendo o seu poema que leva algum peso.
Mas, à vista das romãs...
Bom renovo, outro poema.
Um abraço

fernanda sal m. disse...

Olá Zef, que prazer vê-lo por aqui. Poemas, não escrevo... São o fluxo e refluxo natural da vida, não é ?
Um abraço.

Rosario Varela disse...

Fazendo tuas as minhas palavras digo que as minhas cicatrizes desabrocharam mesmo em flores brancas.Eo meu coração já não sangra.Estou em paz.
Este teu poema?Magnífico,como sempre.
um beijão