21/07/2011

Nocturnos (7)

*


E as paredes da casa mantêm-se mudas.
Pior. Pior do que o silêncio é a indiferença fria com que me olham.
Acolho-me a elas e não estão lá.
Elas sabem - partilharam.

Sabem agora da ( minha) solidão desesperada.
Da não presença.
Partilham.

Mas hirtas e em silêncio. ( quem pudera ser como elas...)

Perpassam sobre a cidade os uivos dos ventos desregrados, ritmados pelos tambores da trovoada longínqua.
E sacodem, dos recantos sombrios da casa que me habita, vozes do passado.

Fico à espera do sol da manhã.
Cantará aleluias, a minha alma.



texto e foto de fernanda s.m.

Sem comentários: