04/10/2011

4 de outubro

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         Aguarela da autoria  de Silva Rocha in http://corepinceladas.blogspot.com/


Um violoncelo
persegue-me
com o seu forte canto dorido.
Olho para trás:
não o vejo, mas oiço-o
Avanço e procuro-o
no bosque.
Oiço-o, mas não o vejo.
Entro no azul do mar.
Mas também aí
Não o vejo, mas oiço-o.
É azul, o seu sofrido canto.
E envolve-me.
Envolve-me  num abraço inefável.
Percebo, então,
que o seu planger
vem das nuvens.
E é azul.
Não o azul do céu,
mas o azul-azeviche
do cabelo de minha Mãe.

fernanda s.m

4 comentários:

Isabel Soares disse...

Que belo!

fernanda sal m. disse...

Obrigada.

Rosario Varela disse...

Como sempre em ti,a constante da sensibilidade aliada à saudade e à dor da perda.Como sempre em ti,a beleza da escrita.
Contigo
Rosário

fernanda sal m. disse...

Obrigada, Rosário ! Passa sempre, fico contente e grata pelo incentivo.
Beijos.