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DÉJÀ VU
distraída folheio o livro de poemas
a capa um pouco partida as folhas
envelhecidas das mãos descuidadas
que foram as minhas há anos atrás
numa das páginas onde secaram
flores de macela de que restam
as manchas amarelas e um vago
cheiro a rio alguns versos cintilam
e nas palavras um pouco ácidas
familiares de as ter entoado
tantas vezes acordam vindos
do passado sons cheiros emoções
tardes de verão no jardim acabado
de regar a caleira a transbordar
uma criança a soluçar e a lua
pendurada na janela da cozinha
mas o que busquei no poema
ou as respostas que encontrei não
descubro agora pois das águas fundas
da memória irrompem e rebentam
como bolhas de ar o jardim
o choro a chuva a lua mas quem
os sentiu perdeu-se e eu já não sei
o que me disseram os versos do poema
Soledade Santos que tem o blogue - http://nocturnocomgatos.weblog.com.pt/
foto: fernanda s.m.
4 comentários:
... pois um abraço à Soledade, e que bonito poema o dela , belíssima imagem , da música música digo silêncio, o meu ...
abraço e diga-me lá a janela da poeta...
__________ JRMARTO, vou andando :)
Tem toda a razão, José ! Esquecimento meu, imperdoável. Agradeço-lhe a visita, o comentário e o alerta de amigo.
Vou escrever, por baixo do poema, o endereço da "janela" da Soledade Santos que é um sítio excelente de poesia e ela uma grande poeta.
Um abraço.
que lindo esse diálogo entre vocÊs...obrigada pelo link, te sigo aqui.
Fernanda, sabe bem o aconchego dos amigos, o gesto da ternura. Sabe bem..
Obrigada, minha amiga. E ao José e à Adriana.
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