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Num presbitério de província, Eva escreve uma carta à sua mãe, Charlotte, uma pianista profissional que não vê há sete anos. A mãe chega e, após os primeiros momentos de afectividade, o encontro das duas mulheres muda de tom. Eva e Charlotte começam por discutir sobre a presença de Helene, a irmã mais nova e doente de Eva, que Charlotte não esperava encontrar em casa da filha. Depois, ao piano, mãe e filha voltam a confrontar-se sobre um prelúdio de Chopin, onde a mãe impõe a sua superioridade e virtuosismo. Eva lança-lhe várias acusações e Charlotte toma, inesperadamente, consciência da sua incapacidade afectiva em relação às filhas.
Com "Sonata de Outono" o mestre Bergman regressa a temas dominantes na sua obra, como é o caso dos dolorosos confrontos no feminino. Neste caso, entre uma mãe e uma filha que se envolvem numa longa noite de acusações, revelações e amargura. Uma noite de insónias que explode num turbilhão de amor, ódio, desprezo e ternura. Uma longa noite de ajuste de contas emocional que Bergman filma com sufocante rigor, a que a violência verbal acrescenta um estranho e fascinante suspense. Uma admirável realização de Bergman que volta a deter-se no rosto, no olhar e nos gestos de duas mulheres, juntas numa longa jornada através da noite, através da alma e sobre as suas amargas memórias. Tudo isto, servido pela magistral fotografia de Sven Nykvist e, sobretudo, pelo histórico encontro do mais célebre cineasta sueco de sempre com a maior vedeta sueca de todos os tempos, que voltava a representar na sua língua materna pela primeira vez em quarenta anos. Bergman dirigindo Bergman e Liv Ullmann num portentoso desafio de representação.
in - http://tv1.rtp.pt/programas-rtp/index.php?p_id=5307&e_id=&c_id=3&dif=tv
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http://ternaeanoite.blogs.sapo.pt/arquivo/194025.html
http://maisumblogbesta.blogspot.com/2009/03/sonata-de-outono-analise.html
http://www.culturadebolso.org/sonata-de-outono/
6 comentários:
é filme de Bergman? uma pena não vi...mas teu texto é lírico e lindo
É sim, Adriana. Um dos mais tocantes. Ingrid, aqui, já estava muito doente... Vale a pena procurares o filme. No youtube há alguns vídeos de várias passagens, não sei se haverá o filme inteiro...
Obrigada pela visita e pelas palavras.
Bom domingo, beijos.
é de facto um filme fabuloso Fernanda.
e deu-me uma vontade enorme de rever.
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obrigado pelas palavras
e um beijo
Um belo filme. Seu texto faz justiça à história e ao trabalho de Bergman, Fernanda.
Beijos e um ótimo domingo.
Como eu gostei deste filme...
Mas , já agora , gostava de o rever.
Beijos
Maré, Adelaide e Rosa: é um filme magnífico de estudo das personagens ligadas e afastadas por laços de sangue. Marcou a minha época, mas é intemporal.
Procurando no youtube, encontra-se quase o filme todo,muito embora em retalhos, que relembram a quem o viu. Também gostaria de o encontrar à venda...
Beijos.
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